Outono

As folhas caem,
deixando nuas as raízes mortas
toda a natureza está calma

só se ouvem os gritos das arvores
que ficam despidas
da sua espessa folhagem
já amarelada que o sol do verão queimara

ah, como se parece comigo esta estação:
calma, leve, sem cor, sem sol, sem luz,
gritam as arvores e grita o meu coração


Escrito por :
Rosa Queiroz

Saudade

Gosto de flores, sol, nuvens.
gosto de lua, estrelas, e mar
mas meus caminhos não são fáceis
por pedras duras tenho de andar

pisar as pedras já não magoa
doí mais pisar as nuvens dos meus sonhos
as estrelas da minha alegria
doí-me o sol que não me aquece

a lua que já não ilumina a minha alma
as flores que já não me encantam
só resta o mar.Sim e tu mar por onde andas
há tanto tempo que não tenho notícias tuas.


Escrito por:
Rosa Queiroz

Quero cobrir-me com esse mar

Quando corro desesperada para ele, ele abre seus belos e brancos braços de espuma para me abraçar ...
ai como me sinto abraçada. Só ele conhece meus segredos, meus sentimentos, toda a minha vida. Como gosto de ouvir sua voz. Uma voz suave com muitas cantigas de amor. Mar da minha mocidade. Mocidade???
O que é??? Onde está? Será que passou por aqui ???
Não me lembro de a ter conhecido...
Como doí as lembranças do que não tivemos.
Nascemos, tornamo-nos adultos, vivemos, temos filhos. Filhos onde estão? será que tive algum???
O que são filhos??? Dizem que são nossos, nos visitam, nos amam ???
Não, também não tive filhos...
Ando na vida como uma viagem sem destino, sem paragem para tomar um café, sei lá quando vou parar e onde vou parar.
Apenas quero ver a verdadeira riqueza de toda a humanidade, que muitos passam e nem reparam, sim a riqueza de um pôr do sol tornando o meu mar de ouro...
E a lua que torna o meu mar de prata...
Que saudades! Lembras-te, quando sentados na praia, quando ainda ninguém andava por lá à noite nem havia esplanadas. nos deliciávamos ali sentados a ver a prata desse mar ???.....................

Escrito por :
Rosa Queiroz

Prisões douradas

Existem casas muito bem equipadas, vestidas com muito "amor", nada falta lá dentro, mas também estão lá as "prisioneiras" da obediência, do agradecimento, da alegria falsa por tudo ter ou nada ter. Sim tudo muito bom, oferecido por seus algozes, mas dentro do peito está a verdade, sim a verdade que tem medo de se expressar. Que gaiola tão bonita elas têm!
Mas falta a liberdade, sim a liberdade para sair dessa gaiola. De correr, gritar, esbracejar, ser autêntica, ser mulher e não um robô de cozinha, sim ser gente, ser pessoa.
Ser respeitada como mulher, sincera e não presa na sua hipocrisia e covardia de ser submissa e se entender feliz quando os pássaros cantam livres lá fora.


Escrito por :
Rosa Queiroz